Esta
semana me sinto assim: pés no céu, cabeça no chão. Faz chuva, faz sol e ainda
permaneço no perímetro tencionando a arrumar o que não depende do tempo.Queria
dar férias ao meu juízo, sinto a sua necessidade, porém ele é tão inclemente.
Procuro com olhos penosos o que quero guardar, poderia colocar tudo
no arquivo incerteza, assim empurraria a gaveta acabando de vez com
o suplício.
Entretanto, o fácil se apresenta difícil e
além do mais, ele está sempre acima de mim com olhos arregalados e chicote na
mão. Sofro com a ideia do dispensável, sei que, inevitavelmente, ali vai um
pouco de mim. Contudo, surpreendo-me com a minha capacidade antes da dúvida
ganhar proporção.
Já vejo em letreiros garrafais de espetáculo:
Tola! Você quer organizar uma vida porque a folhinha já propaga a ideia do
novo, de novo? É apenas um amanhã! Os hematomas só lhe ensinaram enquanto
doíam?
Bem, não creio que a ingenuidade ainda tenha
lugar, já faz algum tempo que gira o moinho. Percebo que sempre soube de
fato, que só poderei levar o que consigo carregar. Por fim, interrompo o ato e
sigo o passo que consegue me firmar.