Sou profunda e arenosa, a correnteza não absorve minhas
mágoas apenas mudam seu lugar. Elas emergem em lembranças chaguentas e doem,
doem... É um afogamento. O que medro não é o mergulho, mas sim que tesouro
posso eu encontrar? Fácil é flutuar na superfície, difícil é cair de ponta,
sentir a proximidade do abismo, naufragar a empáfia e tornar grão de areia.
Almejo uma felicidade pungente, que transforme a alegria
fingida e inebriante de SER em retina desembaçada, quero a minha presença sem
aflição, quero sentir a vida esparramada na areia, sob chuva ou sob sol.